Ideal para uma gama de condutores experientes, que podem ter (em média, claro)entre os 30 e os 50 anos de cidade, pretendendo uma alternativa às desportivas com prestações, estética e conforto, para deslocações entre 2 e 3 vezes por semana, a solo ou em pequenos grupos. Já agora, e apenas por curiosidade, Grã-Bretanha, França e Alemanha são os países europeus onde a MT-10 tem feito mais sucesso ao longo dos anos.

TEXTO: Fernando Neto / FOTOS: Yamaha
As mexidas
As novidades são muitas nesta geração,desde logo a começar por uma nova instrumentação TFT de 4.2 polegadas, mas também temos uma nova bomba radial de travão da Brembo para dar um melhor poder e feeling de travagem, que trabalha em conjunto com discos de 320 mm e pinças radiais semi-monobloco de 4 êmbolos, com novas pastilhas, sendo oABS um 9.1MP da Bosch. A isto soma-se um quick shifter bidirecional, enquanto nos comandos podemos agora ajustar o cruise control e acionar um limitador de velocidade.
Quanto à estética, foi naturalmente renovada com um aspeto que está agora ainda mais agressivo; existem luzes LED à frente e atrás e também nos piscas, e encontramos ainda novos pneus Bridgestone S22 muito aderentes.Além disso, existe também um acelerador ride by wire evoluído, e tanto a admissão como o sistema de escape em titânio foram muito trabalhados nesta geração, para que se pudesse cumprir as normas Euro 5 sem que se perdesse potência e binário.
Não esquecer que este é um motor CP4 derivado da R1 mas inspirado no da M1, com a sua única ordem de explosão crossplane que, além de pretender oferecer mais binário e tração,oferece uma emoção e sonoridade que nos faz imediatamente lembrar os motores V4. Mais de 40% dos seus componentes são únicos nesta moto, e com o aumento de potência e binário (112 Nm às 9.000 rpm) foi possível retirar um dente à cremalheira para uma transmissão mais longa para um maior “descanso” em AE e consequentes menores consumos.
Além Disso, temos novas ajudas eletrónicas,com uma IMU de 6 eixos muito avançada para que mesmo em situações de condução desportiva ou de aderência precária nunca percamos a aderência aos comandos desta moto, com ajuste do controle de tração, controlo de deslizamento, “anti-cavalinho” e do ABS em curva. Além disso, temos 4 modos de entrega de potência e 2 para o travão motor.Voltando à ciclística, falamos do conhecido quadro em alumínio tipo Deltabox, num conjunto que no total apresenta 212 kg em ordem de marcha. O sub-quadro é novo, e sendo muito compacta a distância entre eixos é de apenas 1.405 mm, menos 25 mm que a da MT-09!
Quanto às suspensões, são unidades totalmente ajustáveis nos dois eixos, da KYB, sendo a forquilha uma unidade invertida de 43 mm. Para quem tudo isto não for suficiente, a Yamaha propõe a versão MT-10 SP, com suspensões eletrónicas Ohlins e mais alguns componentes premium. Quanto à moto destas páginas, pode receber muitos acessórios individualmente ou através dos pacotes Sport ou Weekend, de acordo com as preferências de cada um.
Em estrada
Nos arredores de Valência esta mostrou ser a moto que esperávamos, pelos bons motivos! Uma naked divertida e entusiasmante, mas também fácil de levar nacidade se estivermos com um estado de espírito menos dado às emoções fortes.Mas carácter é algo que nunca falta a este motor CP4, que pela sequência de ignição irregular nos faz lembrar os V4 de uma certa rival italiana.
Muito binário nas rotações intermediárias e muita tração,assim como um ruído entusiasmante,de escape e de admissão. Mas com uma transmissão algo longa, numa estrada sinuosa de montanha é necessário engrenar muitas vezes a primeira e a segunda velocidades se não quiserem perder o ritmo. A posição de condução é impecável e rapidamente nos adaptamos, não carregando demasiado os pulsos, sendo o assento um pouco elevado. A instrumentação é atraente mas não a mais intuitiva,sendo um pouco confusa para chegar aos menus. O pior é não podermos mudar de modo de entrega de potência em andamento, apesar de podermos alterar os parâmetros dentro de cada modo.Mas naquilo que é mais importante numa máquina deste segmento, o prazer de condução, esta moto não falha, sendo a streetfighter japonesa mais radical e capaz de lutar contra a armada europeia que conta com modelos de dois, três e quatro cilindros.
Os travões são bons e a suspensões também, mas não são perfeitinhas (para isso existe a versão SP), e em estrada de serra acabámos por usar mais o modo A, em que a moto fica mais“soltinha” e ainda mais divertida. Os consumos rondaram os 7,3/ 7,5 l/100 km, até porque andámos muito em relações bai-xas e nos médioss regimes, com a sextanormalmente engrenada apenas depoisdos 120 km/h em auto-estrada.Já agora, gostávamos que a embraiagem fosse um pouco mais macia e que a caixa de velocidades fosse também menos dura, especialmente a engrenar a primeira.
E na cidade chegámos a sentir algum calor nas pernas proveniente do motor. No restante a MT-10 é uma máquina de diversão, com um motor entusiasmante, na resposta e na sonoridade,e com uma ciclística capaz, nomeada-mente suspensões totalmente reguláveis e eficazes e travões bem competentes.Esta MT-10 já está disponível, em 3 decorações diferentes, a partir de 15.550euros. Mais tarde chegará a versão SP.

Yamaha MT-10 | |
MOTOR | quatro cilindros em linha, DOHC, refriger-ação líquida |
CILINDRADA | 998 cc |
POTÊNCIA | 165,9 cv (122 kW) @11.500 rpm |
BINÁRIO | 112 Nm @ 9.000 rpm |
CAIXA | 6 velocidades |
QUADRO | tipo diamante, em alumínio |
DEPÓSITO | 17 litros |
SUSPENSÃO DIANTEIRA | forquilha telescópicainvertida KYB de 43 mm, curso de 120 mm |
SUSPENSÃO TRASEIRA | monoamortecedor KYB,curso de120 mm |
TRAVÃO DIANTEIRO | dois discos de 298mm, pinçasradiais de 4 êmbolos |
TRAVÃO TRASEIRO | disco de 220mm, pinça de 2êmbolos |
PNEU DIANTEIRO | 120/70 ZR17 |
PNEU TRASEIRO | 190/55 ZR17 |
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS | 1.405 mm |
ALTURA DO ASSENTO | 835 mm |
PESO | 212 kg |
P.V.P. | 15.550€ (desde) |


