Ensaio Piaggio 1 – lego a pilhas

É uma das scooters mais pequenas e de visual mais “brincalhão” do mercado. A 1 (lê-seOne) é elétrica, e apesar de vir já montada quando a compramos faz mesmo lembrar o famoso jogo de peças. Um veículo bastante específico e que não servirá à maioria dos motociclistas, mas que faz tudo bem dentro dos parâmetros para o qual foi projetado.

TEXTO: fernando neto / FOTOS: rui jorge

Esta scooter não foi portanto pensada para grandes deslocações casa-trabalho-casa, mas numa fase em que vemos tantas trotinetes, bicicletas (elétricas ou não) e tantos veículos partilhados, nas vilas e cidades deste país, a Piaggio 1 é pensada para os que querem ter o seu próprio veículo de mobilidade urbana, cheio de estilo e com zero emissões poluentes nas deslocações. É bem provável que muitas mais e-scooters cheguem ao mercado em breve, fazendo companhia a uma One que segundo a marca quis destacar-se pelo design cativante, cuidado nos detalhes, ciclística refinada, maneabilidade e capacidade de carga.

Números

A Piaggio 1 está disponível em três versões que combinam diferentes baterias e motores: a versão standard com uma velocidade limitada a 45 km/h (semelhante a uma 50 cc a combustão) e autonomia até 55 km em ECO e 43 km em Sport; uma versão 1+ que alarga a autonomia (100 km em ECO e 68 km em Sport) e a versão Active destas páginas, com uma velocidade máxima anunciada de 60 km/h e uma autonomia de 85 km em ECO e 66 km em Sport, através de um motor de 2.0 kW e uma bateria de 2.3 kWh. Nós que aqui na Motociclismo somos muito velozes conseguimos obter uma velocidade máxima de 70 km/h,mas no modo ECO é impossível passar dos 30 km/h… Por isso, a menos que seja para circular dentro de propriedades, armazéns ou em zonas de trânsito completamente parado,parece ser unânime que ninguém irá circular no modo ECO. Quanto à autonomia, sem nos preocuparmos com isso e sempre no modo Sport, pareceu-nos que a One realiza em condições reais entre 50 e 65 km de distância.

Detalhes e construção

Esta scooter é de facto muito gira, de estética jovial e conta com pormenores muito engraçados. Encontramos belas luzes full LED e uma traseira bem conseguida, temos painéis laterais tipo alvéolos e o avental dianteiro possui uma excelente combinação de cores.Existe ainda uma plataforma plana para os pés e a posição de condução é agradável para uma pessoa de estatura média, sendo naturalmente um pouco curta para circular a dois. A Chave é keyless e a instrumentação é basicamente um tablet LCD a cores de 5,5” muito atrativo onde podemos ir consultando diversas informações, nomeadamente a temperatura, estado da bateria, a autonomia e o modo de condução, Eco, Sport e Reverse.Sim, a One tem marcha-atrás para ajudar nas manobras! Um gadget que não era necessário pois oassento está apenas a 770 mm do solo e a One pesa apenas 94 kg, mas que tem sempre a sua piada.

Em termos de suspensões, existem dois amortecedores traseiros sem regulação e um monobraço dianteiro articulado, semelhante ao das Vespa. No geral oferecem conforto,mesmo na calçada portuguesa, embora os buracos sejam de evitar até porque as jantes são de 10”, montando pneus CST Urban Travel, que pelo menos a seco funcionam muito bem.Bem construída, mostra ainda um braço-oscilante de desenho espetacular e uma travagem combinada bem conseguida e com um bom tato nas manetes. Encontramos ainda uma porta USB, uma argola para saco e sob o capacete podemos colocar um capacete jet (o mesmo que usámos nas fotos) juntamente com a bateria. Se o transformador estive no local já não será possível colocar o capacete. Quanto aos carregamentos, podemos retirar a bateria e carregá-la facilmente em casa ou no escritório, ou então ligar diretamente a scooter à tomada, sendo o tempo de carga sensivelmente de 2 horas em carregamento rápido ou de 6 horas numa tomada doméstica normal.

Fácil e agradável

Muito bonita, bem equipada, fácil e divertida de conduzir, não temos praticamente nada a apontar a esta 1. Gostaríamos simplesmente que fosse um pouco mais potente, pois em subida, mesmo no modo Sport rapidamente perde o embalo e fica a circular a 50 km/h. Não é uma scooter para substituir a tradicional automática de 125 cc, mas para pequenos percursos nas aldeias, vilas ou cidades deste país é um modelo muito simpático, e disponível em 6 decorações diferentes a um preço que consideramos aceitável. E é certamente muito mais segura, confortável e versátil que uma trotinete comum!