A Kawasaki estabelece novas referências em termos do segmento Naked com a sua Z H2, moto que herda toda a experiência de desenvolvimento que a marca tem levado a cabo com a Hyperdesportiva H2R , moto esta lançada em 2015, a primeira moto desportiva que monta motor sobrealimentado com uma potência que supera os 300 cv e atinge os 400 Km/h de velocidade máxima, tendo depois sido apresentada a sua versão de estrada, homologada para circular na via pública, a H2, versão com uns “modestos” 230 cv.

Fruto de todo este desenvolvimento tecnológico e num segmento onde começaram a aparecer motos que, pela sua potência e prestações, se consideram já Hypernaked, a Kawasaki depois de apresentar uma Sport Turismo em 2019, a H2 SX, veio este ano de 2020 completar a sua linha de motos sobrealimentadas com a naked Z H2.

A nova Hypernaked Z H2 é a primeira sobrealimentada da Kawasaki a obter homologação Euro 5 graças a uma série alterações realizadas no setup da sua motorização, estando a sua potência agora “reduzida” a 200 cv, o que numa naked se torna no mínimo intimidante.
Foi nesse contexto de algo intimidados mas em simultâneo curiosos, que nos aventurámos a testar a Z H2, tendo para o efeito conseguido obter uma unidade disponível junto da Rame Moto, Concessionário Oficial da marca.
Primeiro impacto

A primeira reação é de alguma apreensão perante uma moto que debita 200 cavalos sobrealimentados e antes mesmo de acordarmos o motor já nos estamos a interrogar de como será a entrega de tanta potência e como iremos gerir o seu comportamento.
A moto impressiona pela sua compacidade e pelo contraste do quadro tubular de aço, com acabamento em verde brilhante, decoração que nos remete para as suas irmãs desportivas H2.

A sua estética é acutilante e agressiva, de linhas triangulares e que definem perfis afilados em direção à frente da moto. A dianteira é algo confusa e a concentração dos vários elementos que a compõem criam uma realidade que difere da fluidez obtida na estética conseguida na desportiva H2.
Ansiosos que estávamos de arrancar com este novo fenómeno tecnológico demos por nós surpreendidos com a fluidez com que rodámos nos primeiros Kms… afinal os cavalos não eram selvagens. No entanto na primeira abertura de punho com mais convicção e em 3ª velocidade, a Z H2 mostrou de imediato o que levava dentro, levantando a roda dianteira a um palmo chão e sacudindo a “ cabeça” para nos lembrar que estávamos a tratar com um verdadeiro puro sangue .
Motor

Apesar de ser um motor sobrealimentado a Kawasaki soube dotá-lo de suavidade suficiente para tornar a sua gestão perfeitamente linear e controlável, com um acelerador a gerir de forma precisa toda a sua “cavalagem”.
Os engenheiros da Kawasaki souberam dotar o tetracilíndrico de 998 cc de um comportamento domável sobretudo graças a um novo IMU que gere muito bem os impulsos e a tentação que a Z H2 tem para levantar a roda dianteira, tornando a sua condução mais segura e previsível.
Embora a potência máxima de 200 cv seja obtida aos 11.000 rpm e a o binário máximo de 137 Nm às 8.500 rpm sentimos que grande parte do binário está disponível desde os baixos e médios regimes e que o sistema de sobre alimentação entra suavemente também a partir de uma rotação baixa realidade que permite que a Z H2 tenha um comportamento progressivo na entrega da sua potência.

A suavidade e a progressividade obtida na curva de potência é conseguida também através de um ajuste preciso das válvulas de admissão e dos mapas de ignição que beneficiam de pistons forjados mais resistentes e coletores de escape mais longos, sendo que a relação final da transmissão foi também encurtada para proporcionar subidas de regime mais rápidas.
Atenção por isso pois a partir dos médios regimes é aconselhável agarrarem-se bem ao guiador já que a Z H2 atinge o redline às 12.000 rpm tão rápido como um piscar de olhos. Tudo se aproxima rapidamente quando rodamos o punho e em estrada temos quase a mesma sensação de entrega de binário que sentimos numa superbike eléctrica. Mas tal como as elétricas de alto rendimento consomem bateria num ápice também a Z H2 mostra a sua sede por combustível líquido, a obrigar-nos a encostar mais vezes para abastecer.
CICLÍSTICA Quadro e suspensões

O quadro em trelissa de aço deriva da versão Sport Touring H2 SX mas foram introduzidas algumas alterações no sentido melhorar o comportamento da Z em termos de estabilidade e maneabilidade uma vez tratar-se de uma naked.
Sentimos de facto uma sensação de estabilidade de todo o conjunto quer em linha recta como em curva, sendo no entanto algo exigente em termos de a colocar em curva e alguma resistência no encadeamento de curvas apertadas e muito seguidas em percursos sinuosos de serra.

Em termos de suspensões contamos com forquilhas invertidas da Showa SFF-BP, totalmente reguláveis e com excelente comportamento, demonstrando um bom compromisso tendo em conta o carácter desportivo da moto mas também gerindo bem a leitura da estrada mesmo em piso algo degradado. O braço oscilante traseiro do estilo back-Link conta com um amortecedor traseiro Showa Uni-Trak regulável com um curso de 134mm sendo o curso da suspensão dianteira de 120mm.
Bom desempenho geral das suspensões não sendo demasiado firmes e permitindo uma utilização mais abrangente da Z H2, realidade que se agradece numa moto Hyperdesportiva com estas características.
Travões, Jantes e pneus

A Kawasaki Z H2 conta com duplo disco dianteiro de 320mm e pinças radias Brembo M4.32 com 4 pistons, ao contrário da versão Sport Touring H2 SX que conta com pinças Brembo Stylema e discos de 330mm. Na traseira encontramos um disco único de 250mm em forma de pétala e com pinça fixa de apenas 1 piston, realidade que se mostrou algo justa para quem está habituado a usar o pedal do travão traseiro.

As jantes de liga são de 6 raios e de 17” e monta pneus Pirelli nas dimensões de 120/70-17 na dianteira e de 190/55-17 na traseira.
Electrónica e ajudas à condução
A Kawasaki Z H2 inclui um conjunto de ajudas electrónicas completo que inclui modos dois modos de potência, full power e Low que reduz a potência em 25% o que combinado com os 3+1 off níveis possíveis de controle de tração permite diferentes combinações.

As ajudas incluem ainda controle de arranque, controle de cavalinho, cruise control, sistema QuickShift bi-direcional com função auto-blip, Cornering ABS da Kawasaki que permite melhorar o controle da moto em curva, embraiagem assistida e deslizante, Sistema KIBS- kawasaki Intelligent Anti-block Brake System de gestão e otimização de travagem e indicador de de modo de condução económica.
EQUIPAMENTO
A Z H2 conta com um painel TFT a cores inclui informação completa e detalhada que inclui velocímetro digital, indicador de mudança engrenada, conta quilómetros, Kms intermédios nível de combustível , consumo instantâneo e acumulado, temperatura exterior, relógio, indicador do IMU , indicador KIBS e indicador de temperatura e pressão dos pneus.

A Z H2 inclui ainda a possibilidade de conectividade com smartphone através de bluetooth, utilizando a App Rideology e permitindo consultar informação e pré-definir parâmetros que serão aplicados automaticamente na moto.
A RODAR
Com os 200 cv sobrealimentados de potência do motor da Z H2 as sensações de condução podem ser levadas ao extremo. A falta de proteção aerodinâmica funciona como limitador do nosso entusiasmo no entanto somos sempre desafiados a explorar todo potencial que os técnicos da Kawasaki colocaram na sua hypernaked.

As ajudas electrónicas e a suavidade com a potência é entregue na Z H2 transmitem-nos uma sensação de controle constante mas as acelerações e as rápidas subidas de regime são inebriantes. Por isso o estarmos bem encaixados na moto é fundamental, realidade para a qual contribui o bom apoio que oferece o assento na sua zona posterior. Sentimos porém alguma falta de “encaixe “ ao nível dos joelhos realidade provocada por algum excesso de largura do conjunto quadro/elementos estéticos que dificultam o abraçar da moto com as pernas.

Sentimos enorme estabilidade em curva e uma recuperação à saída das mesmas digna de uma qualquer Superbike, graças a uma maior entrega de binário desde os baixos regimes e a uma transmissão final propositadamente mais curta.
O comportamento das suspensões, totalmente ajustáveis à frente e atrás, é digno de reparo sobretudo tendo em conta a boa capacidade de absorção de imperfeições em estradas de mau piso, realidade que não é muito normal em motos de cariz marcadamente desportivo e que optam por uma maior rigidez das suas suspensões.
CONCLUSÃO

Esta é uma moto para “profissionais” e para condutores experiente e não deve ser levada de ânimo leve. Os 200 cv que debita o seu tetracilíndrico sobrealimentado, apesar de bem distribuídos e controláveis, estão todos lá e basta um rodar de punho com maior convicção para os despertar.
Em motos deste nível de desempenho e potência as ajudas electrónicas são fundamentais e absolutamente necessárias. No caso da Z H2 não existem modos personalizáveis pois a Kawasaki preferiu enquadrar o nível das diferentes intervenções electrónicas directamente dentro dos vários modos de condução selecionáveis, limitando assim as combinações a aquelas pré-definidas, certamente numa perspectiva de aumentar a segurança do condutor.

Temos assistido a um crescimento da oferta neste segmento específico de mercado das Hypernaked, com a KTM, a Ducati, a MV Agusta, a Aprilia e também algumas japonesas a apostarem forte no segmento. A Kawasaki destaca-se obviamente pela sua motorização ser a única sobrealimentada e a contínua aposta em motores com esta tecnologia poderá vir a ser abraçada em breve por outras marcas.
Os limites estabelecidos nas normas que definem valores de emissão máximos irão certamente condicionar a continuidade de alguns modelos e favorecer outros, obrigando as marcas a um constante investimento na maior eficiência dos seus motores. Vivemos tempos difíceis de adaptação que obrigam a indústria a reinventar-se constantemente e a procurar novas soluções, aumentando o ritmo de produção de novos modelos, são por isso também tempos de expectativa e de grande renovação.
Preços, Cores e Opções



Versão Z H2 Performance 2020 : Escape Akrapovic / écran racing / tampa assento
GOSTÁMOS
- Suavidade na entrega de potência
- Subidas de regime
- Suspensões
A MELHORAR
- Ergonomia ao nível dos joelhos
- Estética dianteira
Ficha Técnica
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS | Kawasaki Z H2 / 2020 |
MOTOR | |
Tipo de Motor | 4 cilindros Sobrealimentado |
Cilindrada | 998 cc |
Potência | 200 cv @ 11.000 rpm |
Binário | 137 Nm @ 8.500 rpm |
Nº de Cilindros | 4 cilindros paralelos |
Distribuição | DOHC |
Válvulas p/ cilindro | 4 Válvulas / Cil. |
Refrigeração | líquida |
Diâmetro x Curso | 76 x 55 mm |
Sistema de Arranque | Elétrico |
Taxa de Compressão | 11.2:1 |
Injecção | Electrónica |
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TRANSMISSÃO | |
Caixa de Velocidades | 6 Velocidades |
Tipo de Caixa | Sincronizada |
QuickShift | Quickshift bi-direcional e Blipper |
Embraiagem | Banho de óleo assistida e deslizante |
Transmissão Final | por corrente |
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QUADRO | |
Tipo de Quadro | Trelissa tubular em aço |
Sub-Quadro | em aço tubular |
Ângulo da Direção | nd |
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SUSPENSÕES | |
Suspensão Dianteira | Invertida Showa 41mm SFF-BP ajust |
Curso da Susp. Dianteira | 120 mm |
Suspensão Traseira | Amortecedor Showa regulável |
Curso da Susp. Traseira | 134 mm |
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TRAVÕES | |
Travões dianteiros | Duplo disco 320 mm |
Pinças de Travão Diant. | Brembo :4.32 flutuante 4 pistons |
Travão Traseiro | Disco de 250 mm |
Pinça Travão Tras. | fixa de 1 piston |
ABS | ABS e Cornering ABS |
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JANTES E PNEUS | |
Jante Dianteira | Jante liga 17″ |
Medida do Pneu Diant. | 120-70/17 |
Jante Traseira | Jante liga 17″ |
Medida do Pneu Tras. | 190-55/17 |
Tipo/Marca de Pneus | Pirelli |
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AJUDAS ELECTRÓNICAS | |
Modos de Motor | 3 modos |
Outros | Sistema KIBS / Cruise Control |
Controle de Tração | 3 níveis + desligado |
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DIMENSÕES | |
Comprimento | nd mm |
Largura | nd mm |
Altura máx | nd mm |
Distância entre Eixos | 1455 mm |
Altura do Assento | 830 mm |
Distância ao Solo | nd mm |
Capacidade do Depósito | 19 Litros |
Peso em Marcha | 239 Kg |
Peso em Seco | nd Kg |
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CONSUMOS / EMISSÕES | |
Consumo Médio | nd l / 100 Kms * |
Emissões CO2 | 148 g / Km |
* Informação de consumos de fábrica | |
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CORES 2020 / PVP | |
Cores | 3 cores |
PVP Base s/ despesas de mat. | 18.390 eur |
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OPÇÕES | |
Cores especiais | 18.790 eur / 18.990 eur |
Acessórios | várias opções |
CONCORRÊNCIA




Galeria de Imagens
































